Nesse tempo, esperava crescer para molhar o pão no vinho. Jogava à bola na grande garagem e corria sempre, quase distraído.
Não sabia ainda um nome para as coisas. Contava os passos e prendia o amigo. Subia às árvores, derrubava ninhos e fugia. Havia apenas o monte e esconderijos nos penedos. E a mina escura.
Os dias passavam sem que me lembrasse. Uma espécie de sol me protegia.
Mário Rui de Oliveira
Este espaço é de algum modo nostálgico e procura ir à memória antiga.
No meu caso, à realidade inventada, às corridas nos jardins, às pequenas transgressões e aos pães com manteiga e refresco de cevada.
Não como um lugar em que devamos ficar imóveis mas, como um lugar em que a infância se recupera para melhor avançar.
É talvez outra - mas existe - a espécie de sol que nos protege agora.