Branislav Kropilak
Vou partir de avião
e o medo das alturas misturado comigo
faz-me tomar calmantes
e ter sonhos confusos
Se eu morrer
quero que a minha filha não se esqueça de mim
que alguém lhe cante mesmo com voz desafinada
e que lhe ofereçam fantasia
mais que um horário certo
ou uma cama bem feita
Dêem-lhe amor e ver
dentro das coisas
sonhar com sóis azuis e céus brilhantes
em vez de lhe ensinarem contas de somar
e a descascar batatas
Preparem a minha filha
para a vida
se eu morrer de avião
e ficar despegada do meu corpo
e for átomo livre lá no céu
Que se lembre de mim
a minha filha
e mais tarde que diga à sua filha
que eu voei lá no céu
e fui contentamento deslumbrado
ao ver na sua casa as contas de somar erradas
e as batatas no saco esquecidas
e íntegras
Ana Luísa Amaral
6 comentários:
Obrigada pela tua visita. também gostei de me deambular por aqui.
Bjs
tão, tão lindo, filipe....
OBRIGADA por (mais) esta partilha.
Assim
se parte
no avião...
as tuas letras fazem-me viajar para o espaço...
Lindo, muito lindo
maravilha _________________*
Sem querer ser atrevida, deixei uma pequena lembrança - surpresa - prémio - e tudo e tudo lá n' A Dança dos Erros. :)
E também tem Ana Luísa Amaral. :p
Beijinho*
Poesia com personalidade muito própria esta da Ana Luísa Amaral.
"Primeiro estranha-se, depois entranha-se!"
Enviar um comentário