30.9.08

Sim, o teu espaço


? (imagem encontrada num blog que não recordo)


então sim pedi com os olhos que me voltasse a pedir e então pediu-me e eu queria dizer sim minha flor da montanha e primeiro abracei-o e trouxe-o para cima de mim para que pudesse sentir meus seios todos os perfumes sim e o coração que batia igual um louco e sim eu disse sim quero. Sim.

James Joyce

Espaço : sempre na moda


Hadley Hooper


Para qualquer estação.

Basta o horizonte e a vontade de lá chegar.

29.9.08

Espaço : que as lágrimas levantem vôo


Irene Cécile


agora mesmo
és
um cisne.
os teus lagos são jardins do Nada
há pássaros infinitos à revelia e

cultivas laranjas em varandas
de fogo
secretos vasos
desço então pelas tuas asas

de lágrimas:
de
neve
e
ouro
depois nada mais faço
que as lágrimas levantem vôo

da tua
infinita
face


Maria Azenha

25.9.08

Espaço : quereres




Narelle Autio


Quero ter a profundidade dos peixes
E a liberdade dos homens

Daniel Faria

24.9.08

- Deixem-me ver o espaço



Francis Picabia

o dedo que é só dedo nem sequer é dedo
o corpo que é só corpo só tapa o espaço só tapa o espaço
só tapa o espaço.
- deixem-me ver o espaço
ou então
- deixem-me ver tudo.
(para que importa exibir o corpo se é só para exibir o corpo; só importa exibir o corpo se é para exibir o que não é corpo)
para que importa exibir o corpo se é só para exibir o corpo?

Gonçalo M. Tavares

22.9.08

O espaço da manhã : pequeno beijo


Marjukka Vainio


Sempre o amor é feito de ínfimos pormenores, vive da invisibilidade dos gestos.

19.9.08

Espaço : é ainda tempo de verão





Narelle Autio


Bom fim de semana!

O teu espaço e o fio da meada


Barbara Cole


Eu sei, parece-te que perdi o fio à meada, mas não. Tive de fazer parágrafo porque a pergunta pedia-me que te olhasse nos olhos e sabes que me perco sempre em qualquer dos lugares onde guardas a ternura.

Sandra Costa

17.9.08

Um espaço sobre o que temos de desaprender


Anni Leppälä


E fomos educados para o medo.
Cheiramos flores de medo.
Vestimos panos de medo.
De medo, vermelhos rios
vadeamos.

Carlos Drummond de Andrade

16.9.08

Um espaço sobre o que mais importa


Pernilla Zetterman


Não é o cérebro que importa mais, mas sim o que o orienta: o carácter, o coração, a generosidade, as ideias.

Fiodor Dostoievski

15.9.08

Um espaço em cadeia




Serge Bloch

Porque as coisas bonitas puxam logo outras atrás, fui-me lembrando de vários e vários blogs:


- ...

13.9.08

Espaço da "f"elicidade


Alexi Zaitsev


Os meninos humildes crescem no chão
que é o melhor lugar para crescer.
Tu vais crescer no chão
sobre as pedras da eira que há na tua casa.
Há também uma pinheira grande.
Aprenderás a brincar com as sombras da pinheira
olharás uma pinha cair no calor e rolar pelas ervas.
Hás-de apanhá-la nas tuas mãos
e atirá-la num gesto descuidado.
Em Agosto virão os pombos pousar na pinheira
Poderás acompanhá-los ao longe no seu voo preciso, calculado.
Ao partir - verás que sempre se demoram pouco -
vais compreender que há em todas as coisas uma nervura débil
e à sua volta se desenha um anelo fugaz
onde dançam cores formas pontos e fantasmas.
Tudo aparece e desaparece
se fechares os olhos e logo os abrires
já não verás o mesmo: um movimento de seda passou entretanto
levando a poeira dos instantes e deixando em ti
uma sombra a esvoaçar sem objecto.
Aprenderás que essa sombra é a saudade.
Há um viveiro de plantas à beira do caminho
que vem da tua casa.
É na curva larga do caminho, no campo que lhe fica sobranceiro.
Lá crescem tílias bétulas faias e catalpas
e cedros e plátanos, e o pequeno ácer.
Verás como crescem devagar
se vestem e despem de folhagem
e depois são levadas para junto das casas.
Estou feliz por ti
vais guardar todas estas coisas no teu coração humilde.
Crescerás no chão que é o melhor lugar para crescer
crescerás com ternura.

Nuno Higino

11.9.08

Sobre os regressos : um espaço intemporal



Noele Lusano


De algum modo, somos todos um pouco Setembro.

9.9.08

Espaço : como é o teu olhar?



?

Yann Orhan


Tudo o que me cerca
e encontra o meu olhar
é fresco e é novo.

Matsuo Bashô

O espaço tão belo da árvore


Parece-me que nunca ninguém há-de
Ver poema tão belo como a árvore.

Árvore que sua boca não desferra.
Do seio doce e liberal da terra.

Árvore, sempre de Deus a ver imagem
E erguendo em reza os braços de folhagem.

Árvore que pode usar, como capelo,
Ninhos de papo-ruivo no cabelo;

Em cujo peito a neve esteve assente;
Que vive com a chuva intimamente.

Os tontos, como eu, fazem poesia;
Uma árvore, só Deus é que a faria.

Joyce Kilmer

8.9.08

Como chamar o teu espaço...


Vilhelms Mihailovskis


Tu já tinhas um nome, e eu não sei
se eras fonte ou brisa ou mar ou flor.
Nos meus versos chamar-te-ei amor.

Eugénio de Andrade

5.9.08

O espaço da v"i"da inteira


?


A minha filha perguntou-me
o que era para a vida inteira
e eu disse-lhe que era para sempre.

Naturalmente, menti,
mas também os conceitos de infinito
são diferentes: é que ela perguntou depois
o que era para sempre
e eu não podia falar-lhe em universos
paralelos, em conjunções
e disjunções de espaço e tempo,
nem sequer em morte.

A vida inteira é até morrer,
mas eu sabia ser inevitável a questão
seguinte: o que é morrer?

Por isso respondi que para sempre
era assim largo, abri muito os braços,
distraí-a com o jogo que ficara a meio.

(No fim do jogo todo,
disse-me que amanhã
queria estar comigo para a vida inteira)


Ana Luísa Amaral


3.9.08

O vento que se vai ouvindo pelo espaço






Christian Schmidt

Louis Greenfield


(...)

e eu oiço completamente o vento e ouvir o vento é suficiente para me sentir vivo

para sentir as amplas asas da paz abertas no peito no leve leque das suas penas

(...)


Ruy Belo

1.9.08

Espaço dos dias na vida de quem é pássaro


Keiko Maeo


Subindo e descendo
para cima e para baixo
para lá e para cá

subindo e descendo
para cima e para baixo
para lá e para cá

subindo e descendo
para cima e para baixo
para lá e para cá