?
A minha filha perguntou-me
o que era para a vida inteira
e eu disse-lhe que era para sempre.
Naturalmente, menti,
mas também os conceitos de infinito
são diferentes: é que ela perguntou depois
o que era para sempre
e eu não podia falar-lhe em universos
paralelos, em conjunções
e disjunções de espaço e tempo,
nem sequer em morte.
A vida inteira é até morrer,
mas eu sabia ser inevitável a questão
seguinte: o que é morrer?
Por isso respondi que para sempre
era assim largo, abri muito os braços,
distraí-a com o jogo que ficara a meio.
(No fim do jogo todo,
disse-me que amanhã
queria estar comigo para a vida inteira)
Ana Luísa Amaral
6 comentários:
"Vou fazer-te existir na intensidade absoluta da beleza, na eternidade do teu sorriso. Vou fazer-te existir na realidade da minha palavra."
Li o poema e pensei de imediato neste excerto do "Para Sempre" do Vergílio Ferreira que também já postei na Cicuta...
Obrigada por visitares. A porta está sempre aberta.
Muito bonito o poema! E a imagem.
É sempre um gosto passar aqui!
:)
pa
ra
sem pre ~
~( sem
pre
pa
ra
~
:) lindo o poema q já conhecia. fiquei apaixonada pela imagem!
a vIda Nunca deixa de sÊ-lo, amigo... (para) Sempre!
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