19.11.07

Espaço de Maria Bloom


Crackart

Maria Bloom estava apaixonada e, como na inclinação de um caminho, os seus seios e a sua boca inclinavam-se para o desejo. Certas coisas invisíveis vêem-se.

Em Paris Maria Bloom falava delicadamente, noutras cidades dizia rápido o que tinha a dizer e calava-se; era agressiva.

Os sítios influenciam o discurso.

Toda a fechadura é um sinal de fracasso da humanidade.

Maria Bloom por vezes era literária nas extremidades eróticas, o que aborrecia os homens. Preferiam que ela fosse erótica nas frases, erótica no alfabeto. No entanto existiam ainda outros dias.

Não se prende o amor com pregos, ao coração. Daí a fragilidade.

Gonçalo M. Tavares

8 comentários:

dora disse...

...daí a fragilidade.
( película e os filmes são sempre uma sombra leve na parede; também não cedem aos pregos e por isso não se fixam quando a luz acaba )

V. disse...

Não se prende o amor com pregos, ao coração.

:)

Ainda bem, digo eu...

*

un dress disse...

tão belo coração...




:)

APC disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
APC disse...

Nalguns locais damos por nós a falar delicadamente, noutros dizemos rápido o que temos a dizer e calamo-nos; somos agressivos. Nalguns "locais pessoais", diria eu; porque há pessoas que são Paris para nós, independentemente de onde estejamos ou para onde caminhemos.

"Maria Bloom estava apaixonada"...

:-)

eyeshut disse...

...*

ana salomé disse...

belíssimo :)

gosto deste teu espaço.

Anónimo disse...

muito bonito.

não é com pregos mas com tarrachinha, talvez. eu é mais com bostick.