Anca Moanta
O tédio é o pior de todos os estados.
Voltaire
Aqui me tens, esperando a morte.
Genet
Desculpem o mau jeito mas, sinceramente, acho que estas duas frases têm tanto de brutal como podem ter de verdade.
O tédio é possivelmente das coisas mais nefastas que a actualidade contém. Entra devagar e vai retirando a capacidade de nos entusiasmarmos, sonharmos e lutarmos seja pelo que for. Mais, engana-nos tão lentamente que quem o sente se vai achando acomodadamente feliz.
Não me parece grande ideal desejar estar na vida como num sofá.
9 comentários:
Curvo-me perante estas tuas palavras, tiro o meu chapéu à tua coragem.
Desculpa-me a pretensão de achar que é/foi difícil percorrer o caminho até a este post...
margarida, não é pretensão nenhuma. de algum modo, vamo-nos revelando e conhecendo.
:)
realmente não é auto-biográfico, nem o tédio é uma das caraterísticas que dominam/dominaram os meus dias.
no entanto, não me ponho de fora, há sempre momentos em que tudo se experimenta. e o tédio como a solidão, como a alegria, a dor, a esperança e sei lá que mais... fazem parte do trajecto (se não os negarmos).
bonita a tua interpelação...
enfim, vivo grato. suficientemente tenso. com desejo. optando. de algum modo incomodado quando o tédio (profundo) se instala na vida de qualquer um.
sem julgar, às vezes assusta-me o que vejo.
comentei longo... aí vai!
Sabia ou desconfiava por várias razões que nem sequer interessam agora enumerar que este não era um post auto-biográfico.
Gostava de acrescentar que achei muito interessante, fascinante mesmo, a análise, arrisco mesmo escrever grito.
Ter consciência e aceitar que nem sempre tudo é tão belo nem tão perfeito é... sobretudo difícil.
é bom cair no sofá.... adoro o meu sofá, mas
tédio
aborrecimento,
passar à margem,
quieta,
isso não é viver....
cometa 2000,
são fortes e fundas essas duas frases. prefiro não as comentar. deixo um abracinho e digo que está muito bom este espaço:)
em rigor, a frase de Genet até poderia ser a continuação da de Voltaire...
talvez, por isso, veja em ambas o mesmo desalento.
há um soneto que o Vinicius diz (dizia) chamado Trópico de Cancer, de um poeta cujo nome não me recordo. e à pergunta - o que é o cancer? - ele respondia: a tristeza das células.
lembrei-me disto ao ler o teu post...
Morrer é fácil! Uma frase de Ben, que eu adoro...porque acho que muita gente não se dá ao trabalho de viver plenamente, deixa-se prender em muitas coisas, perder em muitas coisas...e depois vem o tédio quando não se percebe o sentido do caminho. Por definião ele é um sinal de falta de interesses. Acontecerem esporadicamente é normal, exige é um esforço depois!
Beijos bloguistas ;-)
Fujo do tédio a sete pés! Mas, por vezes, também me excedo na minha sede de instabilidade.
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