2.4.09

Espaço dos partos sucessivos da vida




Gabriel Pacheco


Entro. Conheço a minha casa. É mansa
Sinto-lhe a respiração. Dorme sobre os meus pés
À chuva
Estende o patamar aos primeiros rios


Mora nas margens para ser a mais matinal
Das nascentes – a escuta


Junto na concha das mãos as palavras
Iniciais. Posso dar de beber
Aos que caem
Aos que encostam o ouvido à orla
Marítima. À bainha da mãe


Posso juntar as margens. Ou soltar a água
E correr


Daniel Faria

2 comentários:

Semente disse...

Era bom todos reconhecermos a nossa casa
Era bom que todos pudessem escolher ficar na margem ou soltar as amarras e zarpar

belo post*

mdsol disse...

Sempre um aescolha criteriosa e elegante!
Que bom é vir aqui!
:))