Yann Orhan
apetece por vezes com os dias morrer por um pequeno
instante e deixar os fogos soltos na areia . acrescentar
água à face e perturbar os sentidos em busca da única
luz ou então sentir os movimentos e escrever a uma
amiga. dizer assim como quem fala: que espécie rara
de deus é o teu? a vida é ficar abraçado às dunas
apenas se há dois braços de areia por quem sonhar.
vir então aos poucos contando os mastros do verão
cumprindo o desejo das cartas de mar e assim mesmo
confundir todos os relógios da rota apenas para ter
mais tempo para ficar. o resto é saber o alfabeto de
cor até ao fim para que as palavras vão nascendo
devagar até ser sonho no sono dos dias ou ser sono
dentro de mim
João Luís Barreto Guimarães
30.4.09
Espaço: outras visões
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26.4.09
19.4.09
Regresso [sempre] ao espaço da fragilidade
Elena Tognoli
Creio que o mais egoísta dos homens é aquele que recusa dar aos outros a sua fragilidade e as suas limitações. Quem recusa aos outros a sua pequenez, comete um dos mais infelizes gestos de prepotência. E porque aí se rejeita, aos outros não poderá dar senão o sofrimento da perda. Querendo-se sem falha, será o mais incompleto dos seres.
Daniel Faria
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16.4.09
Espaço : permanecer
Lina Scheynius
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13.4.09
Espaço : volto a cantar
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10.4.09
7.4.09
4.4.09
À procura dos espaços onde se encontram os olhares
Ryan Mcginley
e um olhar perdido é tão difícil de encontar
como o é congregar ventos dispersos pelo mar
Ruy Belo
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2.4.09
Espaço dos partos sucessivos da vida
Gabriel Pacheco
Entro. Conheço a minha casa. É mansa
Sinto-lhe a respiração. Dorme sobre os meus pés
À chuva
Estende o patamar aos primeiros rios
Mora nas margens para ser a mais matinal
Das nascentes – a escuta
Junto na concha das mãos as palavras
Iniciais. Posso dar de beber
Aos que caem
Aos que encostam o ouvido à orla
Marítima. À bainha da mãe
Posso juntar as margens. Ou soltar a água
E correr
Daniel Faria
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