20.8.09

A palavra no espaço



Laura Kicey
Martin Stranka
Max Ranger


Não sei se respondo ou se pergunto.
Sou uma voz que nasceu na penumbra do vazio.
Estou um pouco ébria e estou crescendo numa pedra.
Não tenho a sabedoria do mel ou a do vinho.
De súbito, ergo-me como uma torre de sombra fulgurante.
A minha tristeza é a da sede e a da chama.
Com esta pequena centelha quero incendiar o silêncio.
O que eu amo não sei. Amo. Amo em total abandono.
Sinto a minha boca dentro das árvores e de uma oculta nascente.
Indecisa e ardente, algo ainda não é flor em mim.
Não estou perdida, estou entre o vento e o olvido.
Quero conhecer a minha nudez e ser o azul da presença.
Não sou a destruição cega nem a esperança impossível.
Sou alguém que espera ser aberto por uma palavra.

António Ramos Rosa

5 comentários:

Anónimo disse...
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Anónimo disse...
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Anónimo disse...
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in_side disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
~pi disse...

pra mim, é como voltar a undress

[voltar ao que sempre está,,,




beijo grato pelo mil vezes lido

pelo outras tantas vezes sentido






~