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Após um tempo,
Aprendemos a diferença subtil
Entre segurar uma mão
E acorrentar uma alma,
E aprendemos
Que o amor não significa deitar-se
E uma companhia não significa segurança
E começamos a aprender...
Que os beijos não são contratos
E os presentes não são promessas
E começamos a aceitar as derrotas
De cabeça levantada e os olhos abertos
Aprendemos a construir
Todos os seus caminhos de hoje,
Porque a terra amanhã
É demasiado incerta para planos...
E os futuros têm um forma de ficarem
Pela metade.
E depois de um tempo
Aprendemos que se for demasiado,
Até um calorzinho do sol queima.
Assim plantamos nosso próprio jardim
E decoramos nossa própria alma,
Em vez de esperarmos que alguém nos traga flores.
E aprendemos que realmente podemos aguentar,
Que somos realmente fortes,
Que valemos realmente a pena,
E aprendemos e aprendemos...
E em cada dia aprendemos.
Jorge Luís Borges
Continuo a pensar que o grande caminho é o outro, no entanto, acredito mesmo que deve persistir a consciência de que não podemos deixar de plantar o nosso próprio jardim.
9.12.07
Espaço : aprendemos e aprendemos...
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5 comentários:
Jorge Luís Borges, é de facto um grande poeta, onde o tempo não desilude as palavras.
A terra amanhã, é com os jardins que vão crescendo em nós, com ou sem plantações, podem ser flores silvestres... que crescem só com água
uma aprendizagem solitária, diria. mas bem verdade, é na solidão que aprendemos o que somos...
Jorge Luís Borges é grande. E até isso é dizer muito pouco. Por outro lado, desconhecia este poema, por isso obrigada pela partilha e pela epifania.
Jinhos.
pois eu acredito que o jardim somos nós
as flores
o outro
o caminho
a nossa junção
...
se não me falha a memória isso é de shakespeare. conheço o original ha anos...
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