5.2.08

Espaço de pequenas coisas.



Luc Rousseau

Falar do trigo e não dizer
o joio. Percorrer
em voo raso os campos
sem pousar
os pés no chão. Abrir
um fruto e sentir
no ar o cheiro
a alfazema. Pequenas coisas,
dirás, que nada
significam perante
esta outra, maior: dizer
o indizível. Ou esta:
entrar sem bússola
na floresta e não perder
o rumo. Ou essa outra, maior
que todas e cujo
nome por precaução
omites. Que é preciso,
às vezes,
não acordar o silêncio.

Albano Martins

2 comentários:

Dalaila disse...

as pequenas coisas são as que entram onde os poros respiram

un dress disse...

mergulhar antes nele, no silêncio.

e na imobilidade.