5.12.07

Entre os olhos e o mar, um espaço...


Perry Rubenstein

Entre os olhos e o mar
um ruído murado
demorado
pegada social em contraluz

Dentro d'água
o barco fruto das mãos
amadurecido, habitado
rema na maré
a favor… contra… a favor… contra…
avança…

Já vai longe o homem sozinho
parece pequeno daqui
imerso no ar da grande procura

Em mais uma partida dos sentidos
sobreviveremos até amanhã
na esperança de outro verso
que não virá…

Na sinfonia coragem de cada passo
imensifica-se este homem…
e recomeça !


Pedro Castro

Sobem-se os degraus, às vezes depressa, outras vezes devagar. Umas vezes com entusiasmo e outras vezes apenas porque sim.

[por decisão]
[mesmo que sofrida]
[ainda que às costas de outros]

E, entre um degrau e o seguinte, há o esforço necessário da subida.

[a tensão muscular]
[o comando dado pela cabeça]
[o desejo de mais]
[...]

Enfim, duvido dos meios termos. Não avançar é sempre, de algum modo, um retrocesso. Dia a dia, inevitavelmente, ou se cresce ou se decresce.

[apesar do movimento mal se ver]

Dentro de nós há um tipo de coragem que vem do mar [de amar] e importa usarmos dela.

Quem escreveu este poema usa-a. Obrigado!

4 comentários:

margarida disse...

Muito bonito.

musalia disse...

[por automatismo, também]

de acordo, quando não se avança caminhamos para o nada...

V. disse...

Obrigada. É só o que tenho a dizer. :)

*

andante disse...

Fantástico; pensemos e caminhemos; um passo pequeno mas sempre....
Mena