17.1.08

Um espaço debaixo da terra



Bill Durgin

De noite não escrevo cartas,
qualquer que seja a luz, para onde quer que seja.
E já não me assusta o elevador
vertiginoso, desde que o sono
me habituou à queda.

Na luz do fim da tarde agora brilha
para sempre a minha varanda amarela.
Campos salgados, colinas esburacadas,
já não me assustais.

Como se fosse a minha vida,
fecho as janelas, vou comendo
pão, poupo energia.

Hans-Ulrich Treichel

Ando já há uns tempos em volta deste poema - que considero interessante - sem lhe conseguir tirar o sentido.
De cima a baixo, para trás e para a frente, apenas me sugere a atitude de uma avestruz...

5 comentários:

un dress disse...

chegarás ao sentido subitamente.

ou

talvez nunca possas expressá-lo...

un dress disse...

chama-se sobreviver.

metafisicamente sobreviver?

sei lá...:)

Chloé disse...

Realmente estranha confissão. Realmente dura a dor, realmente forte o medo e ainda sem conseguir sair da sua paralizia. É um momento de reconhecimento da sua fragilidade, da sua fraqueza... Não deixa de ser forte, mas a atitude preocupa-nos, não?

Chloé disse...

E as imagens são igualmente perturbadoras! Gosto muito do teu blog!

rachel disse...

Não conhecia o teu blog. Gosto muito da selecção das imagens e dos textos. Claro que permito que "roubes" uma imagem minha e a postes aqui. Fico contente.