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Um dia, quando a ternura for a única regra da manhã, acordarei entre os teus braços. A tua pele será talvez demasiado bela. E a luz compreenderá a impossível compreensão do amor. Um dia, quando a chuva secar na memória, quando o Inverno for tão distante, quando o frio responder devagar como a voz arrastada de um velho, estarei contigo e cantarão pássaros no parapeito da nossa janela. Sim, cantarão pássaros, haverá flores, mas nada disso será culpa minha, porque eu acordarei nos teus braços e não direi nem uma palavra, nem o princípio de uma palavra, para não estragar a perfeição da felicidade.
José Luís Peixoto
Há beijos/imagens que se devem dar/contemplar mais do que uma vez...
7 comentários:
É um bonito o texto este...
Como se os pássaros falassem por ele. :)
:)
Beijinhos*
Não resisti a comentar... que bonito! :O)
Este senhor é mesmo um senhor. Ainda conhecia este texto. Muito bonito :)
Bonito o que se lê por aqui....
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este rapaz escreve mesmo muito bem. se quisesse ser escritora, tinha inveja dele.
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