Van Gogh
As árvores são lugares imensos, como pálios
dobrados sobre o tempo. Creio que existem
como mutação da realidade, como o movimento
imperceptível de Deus sobre as águas. Existem
expostas à erosão, na curvatura quebrada
da superfície, no sacrário de uma natureza ferida.
Existem como uma porção infinitesimal da alegria
do mundo. Depois morrem sem que ninguém perceba
e a sua sombra perdura à morte, à decomposição lenta
das suas estruturas silenciosas como abismos,
indecifráveis como mistérios antigos, extensíveis
como os braços de Deus em combustão.
José Rui Teixeira
3 comentários:
sempre guardei esta arvore,
pelo... azul : )
( muitas saudades! )
gosto deste Van Gogh menos... popular digamos assim
:))
palavras
para arder ~
[ infinita
mente
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