John W. Golden
Caminhava a cantar. Quando me sinto contente, canto sempre em surdina. É este, creio, um hábito dos que, sem amigos ou camaradas, não sabem com quem compartilhar um momento de alegria. Esta noite reservava-me, porém, uma aventura. Vi uma mulher sozinha encostada ao parapeito do canal. Parecia olhar atentamente a água turva do rio. Trazia um lindo chapéu de flores amarelas e uma bonita mantilha negra. "É ainda rapariga; morena, com certeza", pensei. Parecia não ouvir os meus passos, e não se mexeu do sítio quando passei junto dela, retendo a respiração e com o coração pulsando fortemente.
Fiodor Dostoievsky In "Noites Brancas"
9.4.07
a cantar, o teu espaço
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1 comentários:
lindissimo conto :)
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