Três paredes brancas e uma por pintar. Um armário pequeno, nenhuma cadeira, luz, alguma história e a nossa cama desfeita.
Lá fora, o som do silêncio e dos passáros a dizer: "vens?".
Sempre gostei de portas. Sinal de partida, de quem não espera mas vai.
Abri-a e do outro lado, uma mancha de árvores de braços estendidos, uma dança de verdes.
Levei uma criança na mão que mal sabia andar. Apenas rir, apenas rir muito com a boca de dentes mínimos, com o coração e com os olhos de quem se espanta de tudo o que vê.
Abraçámos os troncos e o sol. Passou o tempo e ganhámo-lo.
Nos seus passos a revolução. Já sem mim, caminhou.
Colhemos mil flores e dez poças de água. Fizemos delas tinta e voltámos para ta dar.
Nessa tarde, no quarto, olhámos a parede sem nada e pintámo-la, os três, tela da nossa alegria.
26.2.07
tela, espaço "i"
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